segunda-feira, 24 de junho de 2013

Flores.

Eu. Até mesmo eu, fanática por experiências traumáticas,
fanática por sussurros e frações de segundos regados de intensidade, acordo uma vez ou outra com uma vontade enorme de ser acordada por um entregador de flores. Vontade de receber um Ursinho Carinhoso com arco-íris tatuado na barriga...
Vontade de desmaterializar todos os meus sonhos, me sentir pura outra vez. Pura para sentir os sentimentos que eu sentia, e que não vinham carregados de incerteza, e amargura. Sentir como se nunca tivesse sentido, e sentir como se ninguém tivesse destruído o que eu tinha a oferecer sem querer receber nada em troca - nem mesmo essas tais flores numa manhã de carência.
E, na essência desse pijama de flanela florido, com as unhas dos pés pintadas de vermelho eu me vejo tão criança. Mais do que eu deveria me sentir. Talvez por nunca ter ganho flores.
Abri a porta essa manhã e não me deparei com nada que não fosse habitual. O dia cinza me sorriu. Dei de cara com uma coragem que eu ainda não sei de onde veio, mas, eu decidi plantar as minhas próprias flores...  Flores no jardim, flores em mim, para nunca mais precisar esperar flores de ninguém.


3 comentários:

  1. Muito boa a crônica!.Gostei muito... Parabéns!
    Só cheguei agora, mas virei fã...(preciso arrumar tempo p/ ler anteriores).
    ABRAÇOS
    ROBERTO (amigo da Ana no facebook, por onde fiquei sabendo de vc)

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  2. Obrigada Roberto!
    É uma honra por ser lida, e sentida dessa forma.
    Ana Cleide é a minha mãe.
    Um abraço.

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  3. Qualquer comentário estaria muito distante do que realmente gostaria de escrever, pois me faltam as palavras que te sobram.

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