domingo, 30 de dezembro de 2012

Ressaca

Pintei o cabelo, troquei  de espelho. Mas, a minha cara continua a mesma. Ainda não invetaram um tipo de Engov pra tirar a cara de ressaca que o amor, que a falta de amor deixa.
Não sei o que dói o mais: o estômago, a cabeça, ou a razão. A razão que a gente perde por achar que é imune, a razão que a gente perde e nunca assume.
Acordei bem disposta - a dormir outra vez. Já que não inventaram nenhum remédio que cure essa ressaca crônica após embebedar-se de sentimentos que você tem certeza que nunca vão voltar a ser sentidos, dormir evita ressaca. Como se só dormir resolvesse...
Acordei outra vez. E dessa vez eu tinha uma fechadura, e chaves novas.
Eu te tranquei, e sai. Eu sai da minha vida que já era sua. Inventar uma vida nova, pra mim já não era tão difícil. Eu encontrei o remédio: eu engoli a chave, e não olhei pro que eu deixei.
Acordei mais uma vez - Eu tô sem ressaca.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

É paixão - com "ão"

Senti falta de me apaixonar.
Achei esse lance de amor próprio meio clichê, já que eu estava sentindo vontade mesmo, era de me apaixonar por outra pessoa. Gostar do amor próprio, mas de outra pessoa.
Não inciei nenhuma busca. Mas o que eu queria mesmo era ser contemplada com um looping eterno de sentimentos bons de início de paixão - borboletas no estômago, arrepios, mão gelada, ansiedade pra ver, pra sentir. Saudade depois de duas horas longe.
Desejei que todos os meus amores fossem embora da minha vida, quando eu parasse de sentir qualquer sinônimo dessa situação (paixão crônica). Não desejei que fossem paixonites, que vão embora como uma crise de renite; eu desejei paixão com "ão" de coisa grande, de sentimento forte, mas por tempo limitado. É, que sou tão apaixonada pela paixão, que qualquer coisa, qualquer sentimento que seja menos impulsivo, menos de menos não me encanta.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Pensei que era amor, mas era só poesia.

E ao te escrever, me descrevo.
Ao tentar te entender, eu desisto. Quando eu penso que eu entendi, eu não entendi nada.
E ao te escrever, eu insisto. Insisto em tudo que eu sei que jamais daria certo. Mas, pra quem não acredita no certo o conveniente, já serve.
E ao te escrever eu sinto, que todas as minhas palavras não são tão carregadas de todas as coisas que eu realmente queria que elas carregassem. Até porque são palavras, palavras pra você. Até porque tem dias que eu acho que você nem existe... Pensei que era amor, mas era só poesia.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Foi quando decorei.

Quando me apeguei?
Foi quando eu decorei...
Primeiro foi o número do celular, depois o cheiro.
Decorei os olhos, depois o olhar. Os braços, os abraços,
a boca, os beijos...
Quando eu amei?
Quando fechei os olhos e senti todos os apelos e os segredos que as lembranças me traziam - era possível viver você, além de sentir.
E quando esqueci?
Me esqueço, mas logo me lembro, que não te lembrar seria um castigo. Já que te decorei só pra ter você comigo. Aqui, ali, lá, hoje, amanhã, pra sempre, pra nunca...

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O sonho que era assim ...

Troquei as trincas do sonho
Mostrei que me imponho!
Troquei a noite por internet,
e ainda ousei dizer:
" No meu sonho, tu não te metes!"
Mas, não sei se foi bem assim...
Se me permiti sonhar, não preciso me consertar.
O meu desconserto é você!
Você é um sonho tanto quanto estranho...
Me permiti ter todas as esquisitices do mundo,
e a maior delas, foi querer, foi insistir em amar.
Em amar você.
No meu sonho tu te metes, no meu coração, tu sempre se intromete.
Queria te achar só pesadelo... Mas, já que é sonho... te amo, me enlouqueço,
te quero, te sonho, e não esqueço.

Corpo, pele, cabelo, nuca e nunca.

Eu não fujo da nossa coisa de pele, da nossa carne, do nosso corpo... Mas, não posso negar que quando vou ao seu encontro, além do corpo, eu levo o coração. Até porque, seria impossível deixar o coração em casa, pra levar só o corpo pra passear. Eles não se separam. Mas, nesse caso o meu coração só te ama de momento, o coração aprendeu a amar o seu corpo, seus olhos, sua cor, sua pele... ele só não consegue chegar no seu coração. Mas até então eu me agarrei nos cabelos, nos pelos, na nuca, no nunca e no desejo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Querer da certeza.

Quero ter certeza de poucas coisas na vida.
Ter sempre a sensação de ter comprado a passagem só de ida.
Sem frescura, sem hora, sem data, sem nós, eu só quero laços.
Um livro de bolso, um homem de bolso, com amor pra transbordar.

Poesia nas coisas simples, açúcar, afeto. Ter na lista de vícios amor - como vício predileto.
Saber quando voltar, se é pra voltar, se é pra ficar, ou pra quem voltar.

Ter como certeza a inconstância, a dor, a delícia, de ser ou de não ser. Tudo quando eu quiser.
Enquanto eu puder. 

O alguém.


“Alguém pra ponderar. Tipo o doce, o salgado, o agridoce, sabe?
Alguém pra viajar.  Inverno no Maranhão,  esperar chover, e gostar.
Alguém pra sonhar. Sonhar a noite toda, de olhos fechados, ou sonhar só dez minutinhos, mesmo que seja acordado.
Alguém pra desejar. Sem o pesar, e sem o pudor. Beijo na testa depois da sacanagem.
Alguém pra voltar, por motivos, por vitórias, com choro, sem glória. Com amor, desilusão, contanto que volte de coração. Coração quebrado, coração alado, coração calado. Alguém pra viver, alguém pra vida.”